31.12.04

Leitoras Más

Um escritor que ama mulheres más conta a história de seu relacionamento com uma leitora malvada. Delicioso.

26.12.04

From Rousseau's Confessions

"As Miss Lambercier felt a mother's affection, she sometimes exerted a mother's authority, even to inflicting on us, when we deserved it, the punishment of infants. She had often threatened it, and this threat of a treatment entirely new, appeared to me extremely dreadful; but I found the reality much less terrible than the idea, and what is still more unaccountable, this punishment increased my affection for the person who had inflicted it. All this affection, aided by my natural mildness, was scarcely sufficient to prevent my seeking, by fresh offenses, a return of the same chastisement; for a degree of sensuality had mingled with the smart and shame, which left more desire than fear of a repetition. I was well convinced the same discipline from her brother would have produced a quite contradictory effect; but from a man of his disposition this was not probable, and if I abstained from meriting correction, it was merely from a fear of offending Miss Lambercier, for benevolence, aided by the passions, has ever maintained an empire over me which has given law to my heart.(...)

Who would believe this childish discipline, received at eight years old, from the hand of a woman of thirty, should influence my propensities, my desires, my passions, for the rest of my life, and that in quite a contrary sense from what might naturally have been expected? The very incident that inflamed my senses, gave my desires such an extraordinary turn, that, confined to what I had already experienced, I sought no further, and, with blood boiling with sensuality almost from my birth, preserved my purity beyond the age when the coldest constitutions lose their sensibility; long tormented, without knowing by what, I gazed on every handsome woman with delight; imagination incessantly brought their charms to my remembrance, only to transform them into so many Miss Lamberciers. Even after having attained the marriageable age this odd taste still continued and drove me nearly to depravity and madness. (...)

To fall at the feet of an imperious mistress, obey her mandates, or implore pardon, were for me the most exquisite enjoyments, and the more my blood was inflamed by the efforts of a lively imagination the more I acquired the appearance of a whining lover." (Part I, Book I)

3.12.04

As Mulheres Mais Perversas da História

Do jornal O Globo:

"Livro 'As mulheres mais perversas da História' chega ao Brasil

Bianca Kleinpaul - Globo Online


Mulheres Mais Perversas da História, As SHELLEY KEINRIO - A imperatriz Catarina, a Grande, tratava os servos pior do que seus animais. Messalina, a devassa, avarenta, tirana e assassina, virou sinônimo de todos os vícios e defeitos femininos no decorrer dos séculos. A prostituta Aileen Carol Wuornos, considerada a primeira serial-killer dos Estados Unidos, teve uma trajetória de crimes tão cruéis que virou filme ano passado, "Monster - Desejo assassino", estrelado pela bela oscarizável Charlize Theron. Estas e mais outras 12 criminosas que, em algum momento, mancharam as páginas da humanidade, estão no livro "As mulheres mais perversas da História", escrito pela britânica Shelley Klein e lançado agora no Brasil pela editora Planeta.

A obra chega às livrarias juntamente com "Os ditadores mais perversos", também de Shelley Klein, onde constam - obviamente - homens como Adolf Hitler, Sadam Hussein, Herodes, Gêngis Khan, Nicolae Ceausescu e Anastasio Somoza. Em julho, a Planeta também lançou "Os mais perversos da História", de Miranda Twiss. Mas é "As mulheres mais perversas da História" que chama a atenção do leitor. Não só pela sua capa pink, o título e as imagens de algumas das mais terríveis criminosas que conhecemos, mas principalmente por se tratar de barbaridades cometidas pelo chamado sexo frágil.

Na introdução do livro, Shelley Klein justifica a curiosidade que um livro como esse cria entre os leitores: "Quando uma mulher se desvia desse caminho e comete o tipo de crime pelo qual os homens costumam ser responsabilizados, ela não é difamada só pelo ato em si, mas também pelo fato de ser mulher. 'Como pôde ter feito uma coisa tão horrível?', perguntam as pessoas, mas, na verdade, querem dizer: 'Como uma mulher pôde ter feito uma coisa tão horrível? Claro que é antinatural. É claro que ela deve ser um monstro".

De monstruosidade o livro está cheio. Impossível ler as 278 páginas sem ter um misto de indignação, repulsa, raiva e uma série de questionamentos, entre os quais o porquê de essas mulheres cometerem crimes tão perversos, alguns contra os próprios filhos, pais e irmãos, além de estupros, torturas, envenenamento e maus-tratos a crianças.

Coincidência ou não, todas as histórias têm o envolvimento direto ou indireto de um homem. Sejam eles comparsas nos crimes, influenciadores, culpados pelo passado delas ou simplesmente por acobertarem tamanha crueldade. A escritora garante que isso não as absolve, mas...

- Elas poderiam dizer 'não', mas será que se essas mulheres teriam se tornado assassinas se não conhecesse esses homens? Eu acho que os homens envolvidos em casos como os de Rosemary West, Karla Homolka e Myra Hindley provavelmente cometeriam crimes parecidos se não conhecesse essas mulheres - afirmou Shelley em entrevista ao Globo Online, de Londres, onde trabalha como free lance organizando, editando e escrevendo livros.

Entre os tipos de crimes mais variados há o de infanticídio, comumente cometido por mulheres. Há inclusive dados descritos no livro: o sexo dito frágil representa menos de 2% dos assassinos mas quando se trata de homicídio de crianças a porcentagem sobe bastante. No entanto, apenas um caso como esse foi incluído no livro.

- Há casos de infanticídio famosos, principalmente na América, mas não quis incluir mais que um tipo de crime no livro. E o caso de Maria Noe (acusada de assassinar oito dos seus dez filhos bebês em 1998) parece resumir todos eles - explica Shelley.

E a sociedade as absolve?

- Não acredito. Mesmo nos casos em que realmente os homens tiveram influência, como é a história de Aileen Carol Wuornos - onde acredito que os abusos na infância influenciaram seus assassinatos -, ela também não foi absolvida. E também no caso de Mary Ann Cotton (acusada de matar quatro maridos e mais 15 ou 20 pessoas, entre a mãe e os filhos legítimos e adotivos) que cometeu os assassinatos por medo da pobreza.

Muitas das pequenas biografias do livro são de personagens históricas mas duas - por mais que sejam famosas e muitos já tenham ouvido falar - podem atrair leitor a um contato maior sobre a vida dessas mulheres. A primeira delas é Agripina, a Jovem. Bisneta do imperador Tibério, irmã do imperador Calígula, sobrinha e quarta esposa do imperador Cláudio e mãe do imperador Nero, ela - nascida em 15 d.C - tinha um desejo tão arrogante de influência política e ganância por riquezas, além do desprezo pela vida humana, que escandalizou até a corte embotada da Roma Imperial. Fez tanta maldade que o filho não desistiu até conseguir mata-la.

Valéria Messalina pode não ser tão famosa para alguns mas seu nome sim. Suas luxúrias e crueldades viraram adjetivo feminino desde sua adolescência, em torno de 30 anos d.C. No livro, ela é descrita como uma das mulheres "mais astutas politicamente e mais cruelmente ambiciosas" do mundo, chamada, inclusive, de "loba em figura de gente" na fraca tradução de Dinah de Abreu Azevedo.

Casada aos 15 anos com o imperador Cláudio, seu tio, Messalina mandava matar por ciúmes, vendia a cidadania romana tirando proveito próprio, promovia orgias aos olhos do marido e chegou até a se casar com outro homem enquanto o consorte viajava. O que foi sua gota d'água: morreu assassinada ao mando do marido imperador.

Há outras famosas criminosas mais recentes como Myra Hindley, cujo nome nunca mais apareceu em criança alguma da Grã-Bretanha desde 1966. Era a pessoa mais detestada da Inglaterra e, por causa de uma fotografia tirada em 1966 na prisão dela, se tornou um símbolo do mal. Ela e o namorado Ian Brady estupravam e matavam cruelmente jovens e adolescentes de Manchester na década de 60.Mulheres Mais Perversas da História, As SHELLEY KEIN

Se ler histórias como essa não é fácil para o leitor, imagina escrever. Mas Shelley Klein garante que não foi pior do que escrever sobre os ditadores mais perversos.

- Não foi mais fácil escrever os ditadores apesar de ser menos doloroso, já que os crimes foram em larga escala que as tragédias pessoais não tão famosas nas nossas mentes. Foi difícil falar dos ditadores tendo eu uma avó e vários membros da família do meu pai assassinados em Auschwitz. O capítulo de Hitler foi o mais doloroso - conta Shelley. - No entanto, senti um misto de emoções escrevendo sobre as mulheres. Ia de tristeza até à raiva e repulsa. Em particular na história de Myra Hindley, extremamente doloroso porque envolvia crianças. E de Karla Homolka (que abusava de menores, tirava fotos pornográficas e os matava ao lado do namorado), pela maneira que cometeu seus crimes."

Polícia prende estelionatária que casou com delegado e fingiu gravidez e seqüestro

O Globo hoje está que é só mulher má:

"Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) puseram fim, nesta sexta-feira, à farsa montada pela mulher do delegado Antenor de Castro, lotado na Corregedoria de Polícia. Eles prenderam, na rodoviária de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, Cleusa Rego, de 40 anos, que estava desaparecida há uma semana. Ela teria sido seqüestrada e estava grávida de gêmeos. Segundo a polícia, no entanto, Cleusa nunca esteve esperando bebês e forjou o próprio seqüestro para tentar extorquir dinheiro do marido.

Antenor de Souza Rego foi traído pelo coração. Ele mesmo admite ter ficado cego de amor, deixando-se enganar pela estelionatária que, durante os nove meses, fingiu a gestação. Em fevereiro, casou com Cleusa com comunhão universal de bens. Desde então, ela lhe deu um prejuízo de cerca de R$ 45 mil.

Na sexta-feira passada, quando estava a caminho de uma maternidade para supostamente dar à luz, Cleusa teria sido seqüestrada. O pedido de resgate chegou a ser feito. Valor: R$ 5 mil.

- Sempre acreditei que fosse um seqüestro. Eu a amava, nunca pensei que fosse acontecer algo desse tipo. Casei com uma mulher e fui descobrir que ela é outra - afirmou o delegado.

Antenor e a estelionatária - que tem três mandados de prisão pelo mesmo crime em São Paulo, Minas Gerais e na Bahia - se conheceram pela internet há dois anos. No primeiro ano, apenas trocas de e-mails e correspondências. Em dezembro de 2003, ela resolveu morar com ele, e em fevereiro se casaram. A suposta gravidez veio logo.

- Ela aparentava inchaço, havia reações no organismo dela, que quando conheci pesava 67kg, agora está com 90kg. Mas sou leigo, não sou médico - contou o delegado da Corregedoria.Aproveitando-se da paixão do marido, Cleusa o dominava. Passou meses longe dele, em Petrópolis, onde em outubro chegou a ser presa com um carro roubado.

- Há meses eles nem tinham mais relação. Ela dizia que o delegado tinha cheiro de graxa - diz o delegado da Core, Marcos Reimão, após o depoimento de Cleusa."