4.9.09

O Último Cavalheiro, por Pedro Lozada

Eu estava dirigindo de volta pra casa quando, de repente, o pneu do carro logo à minha frente furou. Acompanhei enquanto o carro ligava a seta e ia pro acostamento. Quando passei ao seu lado, fiquei surpreso pela beleza e charme da mulher que ia ao volante. Pensei: por que não fazer minha boa ação do dia?

Encostei meu carro em frente ao dela e me apresentei: Oi, sou Pedro, posso ajudá-la?

Ela abriu um sorriso amplo e caloroso, e apontou para o pneu: pois é, meu pneu furou. Ainda bem que ainda existem cavalheiros como você!

O tempo todo em que fiquei trocando o pneu ela me observou atentamente, com os olhos cintilando. Quando terminei, ela disse:

Muito obrigada. Agora, acho que merece um presente especial por ter sido tão gentil.

E, sem mais palavras, ela agitou seus belos dedos das mãos em minha direção e comecei a encolher: o que está acontecendo? o que houve?

Antes que eu pudesse piscar, estava do tamanho de uma baratinha. Seus enormes sapatos pareciam iates, suas pernas, colunas de mármores: por que fez isso?

Ela começou a rir, olhou pra baixo e disse:

Eu pensei em retribuir te levando pra um motel e só depois esmagando você, mas não resisto. Não há nada mais gostoso do que retribuir gentileza com maldade assim, na hora.

Você não pode fazer isso comigo!, eu gritei, balançando os braços.

Ela riu de novo: poupe seu fôlego, queridinho, eu não consigo te ouvir. Descalçou um pé e continuou: por que não entra aqui no meu sapato pra eu poder te esmagar gostoso?

Eu não queria ser esmagado e dei um passo atrás. Mas o que poderia fazer naquele tamanho?

Subitamente, ela levantou o pé ainda calçado sobre mim e disse: tolinho, será que ainda não entendeu?

Ela deixou o pé cair suavemente sobre mim, mas sem me esmagar, só me prendendo contra o chão. Posicionou a ponta do sapato sobre minha perna esquerda e disse, num sorriso sexy: deixa eu te mostrar o que eu posso fazer com você.

E pisou lentamente em minha perna, até não sobrar mais quase nada, só uma panqueca de perna no chão. A dor foi tanta que devo ter desmaiado. Acordei nadando em uma gosma grudenta. A malvada tinha cuspido em mim pra me acordar.

Meu gentil homenzinho cavalheiro que ajuda mocinhas necessitadas, disse ela, doce e sarcástica, posso te esmagar membro por membro, que tal? Mas se entrar em meu sapato, eu juro que tudo será mais rápido e gostoso pra você.

Não era possível que minha vida fosse acabar assim. Olhei para aquele sapato descalçado, e para aquele pé parado sobre ele, e tudo o que eu queria era não ter que entrar ali, era voltar à minha antiga vida. Mas de que serve a vida sem uma perna?

E tudo porque parei para ajudá-la.

Comecei a me arrastar até o sapato, deixando um rastro de sangue no chão atrás de mim e chorando muito. Quem visse de longe, seria só uma bela mulher observando um escaravelho no chão. Ela ainda ficou de cócoras para ver melhor: vamos, meu lindinho, você está quase lá. E quando eu me aproximava, ela afastava o sapato, miando: ahh, rasteja mais um pouquinho, rasteja? Nada mais lindo do que ver um homem rastejando para seu próprio fim...

Finalmente, ela deixou que eu alcançasse o sapato, me pegou entre seus dedos dos pés e me deixou cair lá dentro:

Muito obrigado por ter trocado meu pneu e por ter entrado voluntariamente em meu sapatinho. Você é realmente um cavalheiro. Vai ser uma delícia te esmagar. Vou me sentir a rainha mais malvada e ingrata do mundo.

Lá em cima, eu via seu belo sorriso. O último rosto que verei. A sola do seu pé veio baixando vagarosamente, até bloquear a luz totalmente e pousar sobre meu corpo.

A última coisa que ouvi foi: sinta-se a vontade para beijar a sola do pé que te esmaga, tá, meu lindo?, seguida pela deliciosa gargalhada da deusa.

E por que não?, pensei. Já estou aqui mesmo. Entrei aqui voluntariamente. Será a última mulher de minha vida.

Parece que era só isso que ela estava esperando. Ao sentir meus beijos e lambidas, a rainha suspirou de gozo e começou a aumentar a pressão. Cada vez mais pesado, não consigo respirar, não acredito que estou dentro do pé de uma mulher, argh, sendo esmagado.... ugh... só porque fui gentil... ao fundo, ouço sua gostosa gargalhada.... mais peso... é muito injus*crack*