Mulher Tortura Amante por Oito Horas

Reproduzido do jornal carioca O Dia:

"Oito horas de tortura

Com ajuda de três cúmplices, mulher enciumada espanca a ex-companheira em residência na Barra

por Luiz Sérgio Azevedo

Por ciúmes, a auditora fiscal do Ministério do Trabalho Sarandá Duarte Villas Boas da Rocha, 56 anos, torturou por oito horas sua ex-companheira, Maria Lúcia Pereira dos Santos, 35, com quem morou por sete anos. A violência se passou na casa da funcionária pública federal, na Rua Bela Vista 53, no Itanhangá, Barra da Tijuca. A cabeleireira Maria Damiana Santana, 29, a irmã dela, Glória Marcela, 25, e a cozinheira de Sarandá, Telma Rejane Daniel Lopes, 30, ajudaram no espancamento. Policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca), chamados por vizinhos, foram até o local e prenderam a auditora, a cozinheira e a cabeleireira. Glória conseguiu fugir.

Maria Lúcia foi convidada pela ex-companheira para ir até sua casa, numa tentativa de reconciliação, e caiu numa emboscada. Usando amônia, Sarandá e suas comparsas doparam Maria Lúcia e a arrastaram até um dos quartos da casa, que tem quatro andares. Com uma estátua, garrafas e tacos de sinuca, o grupo promoveu seguidas sessões de espancamento. Durante as agressões, Sarandá machucou o braço. A barbárie durou das 14h às 22h de quinta-feira, quando a polícia chegou ao local e invadiu a casa.

Fabiana, atual namorada de Maria Lúcia, estranhou a demora e ligou para o celular da vítima, que atendeu ao telefonema, mas só conseguiu dizer frases desconexas. Fabiana, então, acionou policiais do 31º BPM (Recreio), que invadiram a casa e levaram Maria Lúcia para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra. Com vários cortes na cabeça, ela foi medicada e passa bem.

Glória, que está foragida, teve prisão temporária pedida pelo delegado Marcus Henrique Alves, da 16ª DP (Barra). Segundo a polícia, foi a terceira tentativa de homicídio cometida por Sarandá contra Maria Lúcia. Testemunhas disseram que ela estava inconformada com a separação, em maio. “Foi tudo por paixão, ela é minha vida. Dei a ela apartamento na Barra. Maria Lúcia ficará com minha pensão de R$ 12 mil. Morávamos no Barramares (condomínio na Barra), mas nos mudamos porque ela queria viver numa casa”, desabafou Sarandá, na cadeia."